terça-feira, fevereiro 24

Poema para Brian Jones

Quando Brian Jones, maior dos Stones, apareceu boiando em sua piscina em 69 isto abalou muito Jim Morrison que fez um poema que era distribuído nos shows do The Doors e que eu coloco aqui, copiado do site whiplash, em tradução portuguesa de Manuel João Gomes, um grande tradutor brasileiro:

Ode a LA
Com o Pensamento no Falecido Brian Jones

Habito numa cidade
Fui escolhido pra fazer o
Príncipe da Dinamarca
Pobre Ofélia
Todos os espectros que ele nunca viu
Boiando rumo ao destino
Numa vela de Ferro
Volta atrás, bravo guerreiro.
Dá o mergulho
Noutro canal
Piscina acabada de untar com manteiga
Onde fica Marrakesh
Sob as cataratas
A borrasca tumultuosa
Onde os selvagens sucumbiram
Ao cair da noite
Monstros do ritmo
Abandonaste o teu
Nada
Pra ires lutar com o
Silencio
Espero que tenhas saído
Sorrindo
Como uma criança
E penetrado no sereno espólio
Dum sonho
O homem Anjo
Que dá luta as serpentes
Por amor só das palmas
E dos dedos
Mandou finalmente
Comparecer esta boa Alma
Ofélia
Voga ensopada em sedas
Sonho de cloro
Doida asfixiada
Testemunha
O trampolim, o mergulho
A piscina
Eras um combatente
Adamascada, amilscarada musa
Eras o empanado sol
Para a noite televisiva
Sapos com chifres
Atirador contra alvo amarelo
Vê onde isso acabou por levar-te
Ao paraíso da carne
Entre canibais e judeus
O jardineiro foi dar
Com o rígido corpo boiando
Feliz adormecido
Que matéria esverdeada é essa
De que és feito
Abram covas na pele da deusa
Cheirará
Enquanto for levado
Através dos umbrais
Da musica
Nenhuma possibilidade
Réquiem por um duro
Aquele sorriso
Aquele olhar porcino
De sátiro
Levantou-se e pulou
Enterrou-se no barro

Jim Morrison

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